TOCANTINS ARCA, MAS NÃO GANHA
Mesmo sem ampliar sua representação na Câmara dos Deputados, o Tocantins ajudará a financiar a expansão de vagas do Legislativo federal aprovada nesta semana. O Projeto de Lei Complementar (PLP), que aumenta de 513 para 531 o número de deputados em razão do crescimento populacional em nove estados, ou com o apoio de cinco dos oito parlamentares da bancada tocantinense. Goiás, Pará, Ceará, entre outros, levaram as novas cadeiras. Tocantins, não. Mas a conta, como sempre, será compartilhada.
QUEM APOIOU E QUEM RESISTIU
Votaram a favor da ampliação Carlos Gaguim (UB), Toinho Andrade (Republicanos), Ricardo Ayres (Republicanos), Lázaro Botelho (PP) e Alexandre Guimarães (MDB). Os votos contrários vieram de Eli Borges (PL), Filipe Martins (PL) e Vicentinho Júnior (PP), os únicos a marcar posição contra o que consideraram uma medida desnecessária e onerosa.
CENAS DE UMA ALIANÇA EM CONSTRUÇÃO
A terça-feira foi dia de exposição pública de convergência entre o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos). A entrega simbólica dos novos ônibus urbanos da capital evidenciou mais do que melhorias no transporte coletivo: revelou o ensaio de uma parceria político-eleitoral para 2026. A ausência de discurso do governador foi interpretada mais como deferência que recuo: Eduardo agradeceu publicamente o prestígio e retribuiu com promessas de gestos recíprocos.
GOMES E O “TAMANHO DAS PESSOAS”
Vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL) também esteve no evento e elogiou a postura de Eduardo Siqueira ao dar visibilidade ao vice-prefeito Carlos Velozo (Agir) na solenidade. A fala, carregada de simbolismo, contrastou com a istração ada, quando o irmão de Gomes, André, foi vice, mas sem protagonismo. O senador aproveitou para marcar posição: “Menos festa, mais razão”.
HOSPITAIS COMO SÍMBOLOS DE HERANÇA
Em clima de afeto político, Eduardo Siqueira anunciou que o hospital municipal que será instalado no prédio atual da Maternidade Dona Regina se chamará Dona Maria Rosa, em homenagem à mãe do governador. O gesto responde à decisão de Wanderlei de manter o nome de Dona Regina — avó de Eduardo — na nova maternidade estadual. O projeto de transferência da estrutura, segundo apurou esta coluna, partiu do próprio senador Gomes.
FUTEBOL ENTRA EM CAMPO
Mais que mobilidade, o evento dos ônibus abriu espaço para outro tema: o futebol. O empresário Marco Antonio Nassif Abi Chedid, representante da nova operadora do transporte público e presidente de honra do Red Bull Bragantino, foi saudado como potencial parceiro para projetos esportivos no Tocantins. Eduardo Siqueira cogitou, publicamente, a construção de uma arena em Palmas — iniciativa que, segundo ele, depende da articulação com o governador e do apoio privado. Wanderlei, conhecido torcedor, não se manifestou, mas não escondeu o interesse.
ESTÁDIO NILTON SANTOS E A PPP DOS SONHOS
O prefeito voltou a defender a revitalização do Estádio Nilton Santos, hoje sob gestão estadual. A proposta é viabilizar uma Parceria Público-Privada que una prefeitura, governo estadual e iniciativa privada. O objetivo: parar de investir recursos anuais em reformas paliativas e criar uma arena definitiva. A aposta política, no caso, é que o futebol também possa render votos.
DUPLICAÇÃO NO BICO COMO PAUTA REGIONAL
Na região do Bico do Papagaio, a duplicação de trechos das rodovias TO-134 e TO-405 voltou à agenda por meio de anúncio do prefeito de Axixá, Auri-Wulange Ribeiro Jorge (UB). Ele informou que o senador Eduardo Gomes levará a proposta ao DNIT e ao Ministério dos Transportes. A ideia é criar um eixo interligando Imperatriz (MA) a Araguatins, via BR-230. O prefeito defendeu que o projeto seja tratado como uma bandeira suprapartidária.
UNIDADE POLÍTICA EM NOME DA INFRAESTRUTURA
A proposta foi classificada por Auri como “mais relevante que qualquer pauta específica de aldeia”, ao defender que o desenvolvimento regional exige união de todas as correntes políticas. A fala, que pode gerar ruído com lideranças indígenas, revela uma tentativa de centralizar o discurso do progresso na infraestrutura, velha e conhecida aposta de quem deseja ampliar base eleitoral.
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